"A Razão do Poema", de José Guilherme
Merquior, acaba de ser relançado pela É Realizações. Fiz um posfácio para esta
nova edição - "A razão poética segundo José Guilherme Merquior" -
explorando basicamente dois pontos: a ligação daquele livro com a obra posterior
de Merquior e os valores que guiam as escolhas e os julgamentos do autor nos
ensaios críticos e analíticos ali contidos. Um dos poucos livros sobre poesia,
escrito por um brasileiro, que podemos qualificar de clássico imprescindível.
DE UM DIÁLOGO COM MEU FILHO
-Aquela parte do livro que a gente pula.
- Qual, Icaro?!
- O prefácio.
*
E
em meio às habituais - e não raras vezes, justas - contestações ao Prêmio
Jabuti, tomo ciência de que meu mestre LUIZ COSTA LIMA conquistou um justíssimo
primeiro lugar na categoria "Teoria e crítica literária" com o seu A
FICÇÃO E O POEMA. Tive a honra de ser um dos primeiros a comentar brevemente
aquela obra e fazer uma rápida entrevista com seu autor, na dEsEnrEdoS. Quem
desejar re/ler, eis o link: http://desenredos.dominiotemporario.com/doc/15-ent-LCostaLima.pdf
*
Descobrir
que importamos pouco, e para bem poucas pessoas, é desconfortante no princípio
e uma alegria duradoura quando refletimos mais a fundo. Como disse um filósofo,
quem ama demasiado a humanidade se esquece do homem concreto. Quem diz que tem
500 amigos é provável que tenha de fato 1 ou nenhum; quem diz que tem 3 é bem
capaz de ter realmente 3 amigos. Quando essa descoberta de nossa pouca
importância se dá num contexto de fé autêntica, alegria torna-se mesmo uma palavra insuficiente, imprecisa: talvez
devêssemos falar em graça. Falta bom senso e maturidade - acima disso, falta fé
- em quem quer ser marcante a qualquer custo e para um monte de pessoas. Raras
são as celebridades sem pés de barro e os populares sem laivos de fascismo.
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