Entre o culto do improviso e
o estetismo irresponsável, há uma brecha na qual se situa a aula pensada como poiesis, isto é, como uma atividade produtora situada entre o
domínio tácito dos meios e o uso criativo destes – portanto, um uso maduro e,
na medida do possível, livre –. Uma aula como work in progress, e não como produto pronto, levado para sala como
um se se tratasse de um fast-food ao
qual basta abrir a embalagem e consumir; uma aula na qual a porção de incerteza
não seja o soldo do despreparo, mas um suvenir oferecido à criatividade. Não
sei se este tipo de aula funciona para todas as disciplinas. Em Literatura ela
é viável, e mesmo talvez desejável.
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